quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Segundo dia... primeiro contato.

Depois de uma primeira aula de apresentação ao curso, ontem, na segunda visita a Novo Palmares, tivemos a oportunidade de conhecer a "nossa" família.




                                                          ( Casa 33 C )



Já havia destacado anteriormente, e torno a repetir, esse, de fato, é um primeiro contato.
É claro que já conheci outras pessoas carentes, mas nunca entrei em suas casas, tentei conhecê-las e ajudá-las de acordo com a profissão que escolhi e como uma amiga também, uma espécie de conforto.

Enquanto esperávamos (eu e Carol, minha grande amiga e dupla) para ser recebidas, tínhamos poucas informações sobre a família. Encontraríamos uma senhora chamada M., sua filha E. e seu neto M.. A ficha da família não dizia muito. Superficialmente nenhuma doença mais grave, uma família "verdinha", com poucos riscos. Era apenas isso que sabíamos.

Esperamos um tempo, até que M. nos recebeu. Um garotinho de 5 anos, rechonchudinho e um pouco tímido. E como não seria? Duas pessoas estranhas de jaleco querendo entrar na casa dele. Foi logo correndo chamar sua mãe.

E., muito simpática, nos chamou para entrar e encontramos com ela e Dona M. nos fundos da casa.
A casa era alugada, com dois andares e feita de tijolos. Não chegamos a ver por dentro, mas aparentemente parecia arrumadinha.

As duas nos responderam as perguntas com muita boa vontade.
Dona M. logo que chegamos nos perguntou sobre seu olho, que estava com um aspecto muito vermelho e de catarata. A sensação que tive foi de uma primeira consulta, que elas realmente queriam saber a opinião daquelas futuras médicas. Insistimos para uma ida ao posto. Valeria muito a pena dar consultar um médico que pudesse examinar adequadamente. Nunca é bom esperar, ainda mais com ela morando ali tão pertinho do posto.

Era uma família de baixa escolaridade, Dona M. nunca frequentou uma escola, E. estudou até a quinta série, e M. ainda não havia começado, pois Eliane ainda não conseguiu uma vaga para ele estudar. ( ESTADO... mais vagas, por favor!!!!!!)

Conversando com elas, ficamos sabendo que M. não gosta muito de escovar os dentes. Isso é compreensível para a idade. Tenho dois irmão mais novos que sofrem do mesmo mal. Mas saber que o pequeno já possui vários tratamentos de cárie, quando ainda está com seus dentinhos de leite, é preocupante. Eu fiquei conversando com ele, com autorização da mãe. Ela nos pediu para brigar com ele. ("Talvez ele escute as "doutoras". " ) 

Ficamos realmente sensibilizadas. Queríamos fazer algo e combinamos de na próxima semana levar uma escova de dente e uma pasta bem diferentes, que chamem a atenção dele e desperte uma vontade (pequenininha, que seja) de escovar.

Foi um excelente primeiro contato.
Até a próxima terça...